Bíblia - Significado do nome, características e fatores históricos

Etimologicamente o vocábulo Bíblia significa "coleção de pequenos livros". O nome consta apenas na capa da Bíblia e foi aplicado às Escrituras primeiramente por João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla (347-407 d.C.). Originalmente a palavra Bíblia (plural no grego) passou a ser singular nas línguas modernas devido ao fato de ser uma coleção de pequenos livros. Os gregos chamavam "biblos" a folha de papiro preparada p/ a escrita. Já um rolo pequeno de papiro chamavam "biblion" e o plural destes rolos chamavam "bíblia".

Trata-se de uma composição de 66 livros; 39 desses pertencem ao Antigo Testamento (ou Velho Testamento) e 27 ao Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico, com exceção de algumas passagens em Esdras, Jeremias e Daniel que foram escritas em aramaico. Já o Novo Testamento foi escrito em grego, com exceção do evangelho de Mateus, escrito em aramaico. Os livros deuterocanônicos foram escritos em grego.

A Igreja Católica usa uma Bíblia q contém 73 livros; são 7 livros a mais do q as Bíblias não católicas. A esses livros dá-se o nome de Deuterocanônicos, considerados apócrifos por evangélicos e judeus, geralmente. As diferenças são os livros de Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácida) e Baruc. Possui, ainda, adições nos livros de Ester e Daniel. A Igreja Católica alega q os 7 livros a mais são pq seguem a Bíblia grega, enquanto evangélicos e judeus seguem a Bíblia hebraica. Os evangélicos e judeus se referem a esses 7 como apócrifos pq não foram inclusos na lista dos livros sagrados (cânon).

Em todo o caso, removidos os livros apócrifos/deuterocanônicos, as Bíblias usadas por católicos, evangélicos e judeus são idênticas. Basta conferir; as diferenças ficam por conta de variações de linguagem. As variações de linguagem e/ou sentido normalmente são atribuídas a perdas na tradução ou variação nas fontes originais. Para esclarecimento, portanto: os católicos chamam de protocanônicos os 39 livros do Antigo Testamento da Bíblia evangélica e judaica. Os 7 livros q evangélicos e judeus chamam apócrifos, católicos denominam deuterocanônicos. Os q evangélicos e judeus chamam pseudoepígrafos, católicos chamam apócrifos ou espúrios (um conjunto de livros não reconhecidos nem por evangélicos, nem por judeus, nem pela Igreja Católica).

Os livros são classificados por categorias q serão tratadas oportunamente nesse blog, assim como o Cânon. Há divergência, principalmente, sobre a datação das obras, além de incerteza sobre a autoria de alguns livros. Ainda assim, estima-se q a Bíblia tenha sido escrita ao longo de um período de 1600 anos aproximadamente, por 40 homens de diversas profissões, origens culturais e classes sociais (de humildes agricultores, pescadores até renomados reis). Ela teria começado a ser escrita por volta de 1500 a.C. e sido finalizada perto de 100 d.C.. O cardeal Caro (Hugo Saint Cher - abade dominicano), em 1250 d.C., dividiu a Bíblia em capítulos; mais tarde, houve a divisão dos capítulos em versículos em duas etapas. Em 1445 d.C., Rabi Mardoqueu Nathan dividiu o Antigo Testamento; em 1551 d.C., Robert Stevens dividiu o Novo Testamento.